sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Aos 20

Quando geral sai do Ensino Médio, bate aquela bad. Aquela incerteza.
Bate aquela desorientação. Tu fica perdido.

O que eu faço agora?
Tu entra numa crise existencial.

Aí vem o mundo e te bombardeia com tanta informação que você nem pensa, só aceita.
Marcam na sua testa, no seu corpo, a marca do gado: "você precisa ser alguém".
Como se não existíssimos até aqui, né, haha

Te dão o manual do assalariado escravo onde os capítulos são:
1- Enquanto o outros dormem, trabalhe;
2- Enquanto os outros vão pra balada, estude;
3- Enquanto os outros sonham, viva.

Assim são formados os adultos que eu gosto de chamar de "adultos das dias saídas". Ou você fracassa e entra em depressão; ou alcança os objetivos, porém sofrendo se insônia, toc, hipertensão, anemia, stress fudido e talicoisa.

Para com isso, mano.

Você não precisa saber o que vai fazer da sua vida aos 18. Nem aos 25. Nem aos 40.
Você é você e cada um tem seu tempo. Entende?
Não é só Engenharia, Direito, T.I. ou Medicina que dão grana. Não.
Porra, vai fazer o que ce gosta.

Garanto que um fotógrafo foda ganha muito mais que um advogado bosta.
A vida não começa depois que tu fica rico.

Ce nasce e passa a vida toda construindo três coisas: nome, lembranças e patrimônio.
NÃO É POSSÍVEL que o sentido de toda essa vida seja viver pela única das três que ce não leva consigo depois da morte.

Não viva em função dos outros.
Não viva pra atender expectativas alheias.
Não namore a Julia se tu ama o Thiago.
Não faça Engenharia se a tu curte Letras.

Quem te ama vai descartar o preconceito ao invés de TE descartar. Ce NUNCA vai estar sozinho!

Tem horas que vão te julgar porque tu pensa diferente de todo mundo mas, na verdade, não é todo mundo, trata-se só da bolha na qual ce vive. Entendeu?
Tem uma par de gente que pensa igual e que ADORARIA ouvir o que ce tem pra falar!

Amor?
A única pressa que ce pode ter com o ele é pra amar a si mesmo porque, por aí, no mundo, sempre vai existir alguém que vai te olhar com brilho nos olhos te achando a pessoa mais incrível de todo o universo simplesmente por ser justamente como ce é.




por Marcos Gonçalves

sábado, 5 de agosto de 2017

Sobre desenhos, cores e a moça que não era oriental

Viver é mó foda, né mano? Pois é.
Agora calcule: imagine-se ser mulher, mãe de duas, passar por humilhação, submeter-se à situações das quais, hoje, não se orgulha simplesmente pelo bem das vidas das quais você ama e é responsável.

Imaginou?

Agora tu sabe que tua vida não é tão difícil, certo?

Quando a conheci, vi uma artista. No movimento das mãos, no jeito de falar, na maneira de segurar o cigarro que tanto relutou pra acender.
Me pediu. Eu dei.
Falamos sobre jogos, coisas banais. Falamos sobre a vida.
Ali eu percebi: moça, tu não é normal.

Mas a vida é uma filha de meretriz. A vida quer ver a gente no poço pra, quem sabe, nos ver no topo.
Pra mim e pra tantas outras pessoas que vi, sincero, ela sempre teve o topo.

Moça. Ei, é contigo: chora não. Faça das tuas lágrimas tua arte. Faça de tudo de mal teu bem, tua criação. Faça de teus dois tesouros, alegria.

Eu sei que tu sabe fazer isso.

Mostre tua inteligência.
Tua genialidade.

Saiba que pessoas vêm e vão, mas a tua vida é uma só. E preciso te falar que tu ta mandando muito bem nessa, hein?
Tenho orgulho de te ter como inspiração em alguns muitos campos da minha vida por mais que eu só saiba desenhar bonecos feitos de palito.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dentro de mim

Vou te dar uma dica: sempre que conhecer uma pessoa nova, guarde na mente que ela tem um passado. Ela teve uma vida antes de você e não há nada que possa fazer pra mudar isso.
Você não é o ponto inicial e também, na maioria das vezes, não será o ponto final.
Entenda que é pretensioso demais da sua parte achar que ensinou tudo e que aquele ser que admira é obra sua. Afinal, fica a pergunta: você seria surpreendido por um ser humano que é seu espelho?
Creio, fielmente, que não.

Hoje eu sei que, em toda a minha vida, minha maior dificuldade foi (e é) aceitar estes fatos passados. Perdi noites sonhando e pensando em coisas que as pessoas poderiam ter feito com outras. Coisas que rolaram comigo. Coisas que, por horas de ilusão, eu achei que fossem exclusivas. Minhas. De mais ninguém.
Me custou e ainda custa muito aquele negócio de "fulana de tal é o que é por conta disso, disso e daquilo". Ou "sabe o que sabe por experiência anterior".

Será que eu sou tão estúpido a achar que as outras pessoas também não pensam o mesmo de mim? Será que eu vou morrer sendo idiota e me achando o foda?
Eu também tive passado!
Todos tivemos.

Acho que a maior lição que se pode aprender é: aceite as pessoas como elas são. Aceite a vida como ela é. Aceite que todos somos diferentes e aprenda a apreciar o ser humano pelo que ele é e não julgue ninguém pelo que já foi.