sábado, 2 de dezembro de 2017

Adultos são crianças que compram seus próprios doces

Vivemos pra crescer.
Crescemos pra ter independência.
Temos independência pra tomar decisões.
Tomamos decisões pra errar.
Erramos pra acertar.
Acertamos pra viver.
Vivemos pra crescer.

Impressionante como nós, adultos, sempre sabemos o que estamos fazendo. Sempre estamos certos, sempre tivemos experiência. Sempre somos vítimas.
Vítimas das nossas decisões. Das nossas escolhas.
Das nossas escolas.

Sempre achamos que sabemos de mais quando, na real, não sabemos nada.

Somos autossuficientes. Somos autodidatas.
Ninguém nos ensina nada. Sabemos tudo.
Afinal, nossa vida foi difícil.

Foi difícil estudar, trabalhar. Sair de casa.
Lavar as próprias roupas, a própria louça. O próprio banheiro.
Cuidar da própria casa.

Mas somos crianças ainda. Somos inexperientes.
Somos fetos quando mais acharmos que estamos prontos.

Nunca estaremos.

O mais foda é que a vida não dá massagem. A vida não quer saber se você é preto ou branco.
Asiático ou sulamericano.
Ela quer a sua alma. Seu ar.
Ela quer seu máximo.

Adultos são crianças que compram seus próprios doces porque, quando crescemos, achamos que o poder aquisitivo dita sua posição na sociedade sendo que, no fim das contas, somos mais ingênuos que o garoto que junta moedas pra comer um guarda-chuvinha de chocolate.
Ele, ao menos, tinha um objetivo.

E você?
Tem algum?

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Oi, filho. Tudo bem?

Oi, filho. Sou eu, de novo.

Queria deixar registrado que te ver desfilando foi uma emoção colossal que ainda não consegui processar haha
Foi lindo!

Bom, então, faz um tempo que não te escrevo, mas saiba que não é por falta de vontade. Também não vou colocar a culpa no tempo.
Posso dizer que estava ocupado demais te vendo crescer e acabei deixando de lado esse negócio de escrever.
Queria dizer que, além de todas as coisas, ser seu pai é a coisa mais maravilhosa que já me aconteceu nessa vida. Na verdade, ela acontece todos os dias. 24 por 7.
Sabe, é muito doido pensar que na última vez que te escrevi algo, ce nem falava muito bem. E isso nem faz tanto tempo assim... Agora, vejo você jogando Overwatch - muito bem por sinal -, Pokémon e criando suas preferências pra brinquedos como jogo da memória, quebra-cabeça e pistas Hot Wheels. Te vejo traçando personalidade enquanto escolhe seus desenhos favoritos e me repreende quando falo um palavrão. A cada dia, vejo o quanto ce tem de mim: a impaciência, o imediatismo, o perfeccionismo. Aquela vontade de deixar as coisas sempre do seu jeito e, vez ou outra, se irritar quando perde em algo.
Ver que você faz seus desenhos, abraça espontaneamente, sem aviso, e diz "eu te amo, papai" sempre quando eu mais preciso.

Sabe, eu não peço pra que você seja criança pra sempre. Não peço que seja assim por toda a vida. Muito pelo contrário.
Quero sim que cresça, que vá lá fora e aprenda ainda mais sobre as pessoas e o mundo.

Yuri, o que eu mais quero nessa vida é você feliz. Quero que seja você mesmo sempre sempre sempre! Que ame sem medo, que viva sem receio. Que erre, que acerte.
Meu trabalho será sempre estar por perto pra te ajudar a levantar, fazer seus curativos e erguer sua cabeça. Zelarei sempre por ti, custe o que custar.

Me perdoe pelas broncas, pelos gritos. Faço pro seu bem e sei que um dia vai entender. Talvez também seja pai de uma criança e talvez você aplique as minhas "técnicas" com ela.
Tu é meu bem mais precioso e não há nada nesse mundo que eu ame mais do que você.
Tá bom?

Um beijo, cabeção!


por Papai, vulgo Marcos Gonçalves.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Moça.

Pessoas que sofrem de intensidade natural deveriam nascer com linhas invisíveis que as interligassem meio que de forma inevitável. Dessa forma, poderiam, o mais rápido possível, encontrarem-se e compartilharem de suas intensidades tão marcantes e presentes em suas respectivas personalidades. Falar de seus gostos, seus cheiros, seus sons, seus toques e arrepios.
Você que tanto aprecia lugares novos, pessoas novas, experiências novas. Companhias que valem a pena.
Você que é adepta ao novo, mas também amante à moda antiga. Que aprecia construções históricas e obras de arte, mas também não dispensa as facilidades tecnológicas que o tempo fez possível.
Você que tem inteligência ímpar e capacidade inquestionável de cativar à todos com quem se relaciona, mesmo considerando-se um porre por ser toda apaixonada e ciumenta até com os amigos. Apreciadora dos bons livros e das palavras bem ditas, mas que não se engana. Você que viu, sentiu e ouviu tanta gente. Que sabe o que é certo e o que é errado. Que consegue ser linda com ou sem maquiagem.
Então por quê submeter-se ao que te limita, moça?
Fecha a porta pra o que passou e abre a janela para o que está por vir. Afinal, a vida não é assim? Ela fecha as portas justamente para que criemos a ousadia de abrir janelas e, claro, atravessá-las! Que você seja capaz de ver o que não via, de gostar do que não gostava, de deixar-se ser apreciada como merece.
O mundo lá fora tem tanta gente querendo conhecer-te, moça.
Tanto ser humano precisando do seu sorriso matinal; tanto ser humano querendo ser o privilegiado a tirar os pesos da sua alma, do seu coração. Dos seus ombros.
Permita-se tomar mais de uma cerveja; de passar da conta uma vez. Permita-se chegar de manhã e dormir até tarde.
Permita-se ter suas vontades atendidas, seja de qual âmbito forem sem ser necessário pedido formal, por escrito.
Fale mais. Digite menos.
Abrace mais. Use menos emojis.
Saia mais. Durma menos.
Use mais vestidos com tênis. Chore menos.
Nenhum homem é digno de borrar a sua maquiagem. E se for pra borrar, que seja a dos lábios por conta de pegadas intermináveis que te tirem do chão.

Moça, ce tem o poder desde sempre. Só você achou que um dia ele foi tirado de você.
E se achou, achou errado.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Aos 20

Quando geral sai do Ensino Médio, bate aquela bad. Aquela incerteza.
Bate aquela desorientação. Tu fica perdido.

O que eu faço agora?
Tu entra numa crise existencial.

Aí vem o mundo e te bombardeia com tanta informação que você nem pensa, só aceita.
Marcam na sua testa, no seu corpo, a marca do gado: "você precisa ser alguém".
Como se não existíssimos até aqui, né, haha

Te dão o manual do assalariado escravo onde os capítulos são:
1- Enquanto o outros dormem, trabalhe;
2- Enquanto os outros vão pra balada, estude;
3- Enquanto os outros sonham, viva.

Assim são formados os adultos que eu gosto de chamar de "adultos das dias saídas". Ou você fracassa e entra em depressão; ou alcança os objetivos, porém sofrendo se insônia, toc, hipertensão, anemia, stress fudido e talicoisa.

Para com isso, mano.

Você não precisa saber o que vai fazer da sua vida aos 18. Nem aos 25. Nem aos 40.
Você é você e cada um tem seu tempo. Entende?
Não é só Engenharia, Direito, T.I. ou Medicina que dão grana. Não.
Porra, vai fazer o que ce gosta.

Garanto que um fotógrafo foda ganha muito mais que um advogado bosta.
A vida não começa depois que tu fica rico.

Ce nasce e passa a vida toda construindo três coisas: nome, lembranças e patrimônio.
NÃO É POSSÍVEL que o sentido de toda essa vida seja viver pela única das três que ce não leva consigo depois da morte.

Não viva em função dos outros.
Não viva pra atender expectativas alheias.
Não namore a Julia se tu ama o Thiago.
Não faça Engenharia se a tu curte Letras.

Quem te ama vai descartar o preconceito ao invés de TE descartar. Ce NUNCA vai estar sozinho!

Tem horas que vão te julgar porque tu pensa diferente de todo mundo mas, na verdade, não é todo mundo, trata-se só da bolha na qual ce vive. Entendeu?
Tem uma par de gente que pensa igual e que ADORARIA ouvir o que ce tem pra falar!

Amor?
A única pressa que ce pode ter com o ele é pra amar a si mesmo porque, por aí, no mundo, sempre vai existir alguém que vai te olhar com brilho nos olhos te achando a pessoa mais incrível de todo o universo simplesmente por ser justamente como ce é.




por Marcos Gonçalves

sábado, 5 de agosto de 2017

Sobre desenhos, cores e a moça que não era oriental

Viver é mó foda, né mano? Pois é.
Agora calcule: imagine-se ser mulher, mãe de duas, passar por humilhação, submeter-se à situações das quais, hoje, não se orgulha simplesmente pelo bem das vidas das quais você ama e é responsável.

Imaginou?

Agora tu sabe que tua vida não é tão difícil, certo?

Quando a conheci, vi uma artista. No movimento das mãos, no jeito de falar, na maneira de segurar o cigarro que tanto relutou pra acender.
Me pediu. Eu dei.
Falamos sobre jogos, coisas banais. Falamos sobre a vida.
Ali eu percebi: moça, tu não é normal.

Mas a vida é uma filha de meretriz. A vida quer ver a gente no poço pra, quem sabe, nos ver no topo.
Pra mim e pra tantas outras pessoas que vi, sincero, ela sempre teve o topo.

Moça. Ei, é contigo: chora não. Faça das tuas lágrimas tua arte. Faça de tudo de mal teu bem, tua criação. Faça de teus dois tesouros, alegria.

Eu sei que tu sabe fazer isso.

Mostre tua inteligência.
Tua genialidade.

Saiba que pessoas vêm e vão, mas a tua vida é uma só. E preciso te falar que tu ta mandando muito bem nessa, hein?
Tenho orgulho de te ter como inspiração em alguns muitos campos da minha vida por mais que eu só saiba desenhar bonecos feitos de palito.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dentro de mim

Vou te dar uma dica: sempre que conhecer uma pessoa nova, guarde na mente que ela tem um passado. Ela teve uma vida antes de você e não há nada que possa fazer pra mudar isso.
Você não é o ponto inicial e também, na maioria das vezes, não será o ponto final.
Entenda que é pretensioso demais da sua parte achar que ensinou tudo e que aquele ser que admira é obra sua. Afinal, fica a pergunta: você seria surpreendido por um ser humano que é seu espelho?
Creio, fielmente, que não.

Hoje eu sei que, em toda a minha vida, minha maior dificuldade foi (e é) aceitar estes fatos passados. Perdi noites sonhando e pensando em coisas que as pessoas poderiam ter feito com outras. Coisas que rolaram comigo. Coisas que, por horas de ilusão, eu achei que fossem exclusivas. Minhas. De mais ninguém.
Me custou e ainda custa muito aquele negócio de "fulana de tal é o que é por conta disso, disso e daquilo". Ou "sabe o que sabe por experiência anterior".

Será que eu sou tão estúpido a achar que as outras pessoas também não pensam o mesmo de mim? Será que eu vou morrer sendo idiota e me achando o foda?
Eu também tive passado!
Todos tivemos.

Acho que a maior lição que se pode aprender é: aceite as pessoas como elas são. Aceite a vida como ela é. Aceite que todos somos diferentes e aprenda a apreciar o ser humano pelo que ele é e não julgue ninguém pelo que já foi.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Visão

Eu vou te explicar a minha visão sobre o que ta acontecendo.

Já te passei ela antes mas, talvez, agora você escute já que não está nervoso ou algo assim.

Não é falta de amor.
Não é falta de cuidado, nem de sentimento.
Não é falta de nos importarmos um com o outro.
Não é falta de emocional, de maneira alguma. Ou carnal, se for relevante ressaltar.

É a vida que ta insustentável. A necessidade que se tem que antes não se tinha. Ou tinha, mas não era tão aflorada.
São as pessoas que a gente conhece, os diálogos que a gente tem, os conselhos que a gente ouve. Querendo ou não, de uma forma ou de outra, eles entram em nós. Eles nos fazem questionar se a nossa vida, do jeito que tá, REALMENTE está boa. REALMENTE estamos bem? E a resposta, há muito tempo, tem sido sempre "não".

Porque nada é suficiente. Incomoda demais essa vida parcial, essa metade. E isso faz com que coisas casuais sejam uma bomba atômica, como eu ir tomar uma cerveja com as meninas numa sexta - coisa que sempre ocorria -, por exemplo. Ou você sair com aquele seu amigo que eu nunca fui com a cara e que eu já havia lhe pedido milhões de vezes pra tomar cuidado.

Acontece que, pra mim, sempre foi saudável que tivéssemos tempo para amizades. Que saíssemos mais e que lembrássemos de que somos pessoas sensacionais que merecem divertir-se com outras pessoas sensacionais que apareceram e ficaram nas nossas vidas.
Eu nunca te pedi pra abdicar do seu futebol, da sua breja. Nunca te pedi pra ficar trancado em casa, no quarto, vendo Netflix. Muito pelo contrário. Esse discurso de agora é super antigo e VOCÊ SABE. Mas, mais uma vez, vem o que eu falei antes: a nebulosidade que se instalou na sua mente de que tudo é negativo distorce a mensagem e diz que eu tô pouco me fudendo se você comer outra.

Me diz, agora, com a mente limpa: quando eu disse isso?

Se for parar e pensar, sem aquela vibração da raiva que te domina e te transforma em outro ser humano, chegaremos à mesma conclusão: até quando você vai ficar estourando e me difamando num dia pra no outro parar, pensar e recomeçar tudo de novo num diálogo civilizado? Pra quê passar por isso sendo que poderíamos economizar tempo e falar sobre na hora?Sem gaps de comunicação.
Até quando vamos viver terminando, explodindo, falando merda e, depois, vendo as coisas direito? Trocando uma ideia?

Quanto tempo vai demorar pra essa cena acontecer mais uma vez? Sete dias?

Será que vamos bater o recorde de três brigas em sete dias e partir pra quatro? E quando chegarmos a sete brigas em sete dias?

É disso que eu tô falando.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Segundo ato: Deletada

Dia aleatório, de um mês qualquer, e de um ano ainda mais qualquer.
Faz frio. Muito frio.

Uma longa tragada. Sopro demorado. Um gole.
Saca do celular. Aqueles cliques das teclas sendo acionadas sobressaem-se da música que escuta.

Digita.

"O tempo passa, muitas vezes, de maneiras que a gente não entende, né? Por exemplo, quando abri os olhos hoje pela manhã, não imaginei que fosse me sentir tão bem quanto agora... Não imaginei que as horas fossem ser esgotadas assim, à esmo. Que ia me sentir ansioso, agoniado, mas, ao mesmo tempo, feliz. Que ia me sentir de quinhentas maneiras em dois segundos.
Quando saí da cama, não pensei que fosse te odiar. Nem pensei que fosse te amar. Nem te odiar de novo e nem te amar de novo.
Haha
Como pode?
Quando saí da cama, não quis realmente levantar. Levantei, inicialmente, pela obrigação do ato em si. O ato de levantar. O ato de seguir com a vida e com as horas como as pessoas adultas fazem.
Quis que o tempo passasse rápido pra que eu pudesse dormir de novo.
Mas, olha só que engraçado: você me fez desejar que o tempo passasse devagar. Fez com que dormir se tornasse a minha última opção.
Aliás, dormir? Nem passou pela minha cabeça.
Eu queria mais daquilo ali. Daquele negócio de te ver falar sobre as suas séries, seus filmes, seu trabalho, seus joguinhos do celular. Sobre aquele amigo com quem ce tretou ou sobre aquele que ce não vê há tempos.
Queria te ver abraçar mais aqueles que lhe são queridos. Queria te ver dançar mais aquelas que ce chama de 'suas músicas'.
Às vezes, eu acho que esse tempo curto é um filho da puta que me faz apaixonar-me cada vez mais por você. Depois, eu encaro-o como aquele baixinho do fundamental que ninguém dava um real e que, após umas doses de vida, torna-se a aquele mais atraente que já se viu.
Seu tempo é isso pra mim: aquele que por menor que seja, me deixa preso de uma maneira que me faz saber até quantas polegadas ele mede.
E me faz amar cada uma delas."

Ele apaga o cigarro.
Joga a lata fora.
Deleta a mensagem.

"Quão idiota ela me acharia agora?"

quarta-feira, 26 de abril de 2017

O juiz mandou seguir o jogo

Hoje pela manhã, tive um diálogo sobre amor. Sobre a figura em si, sobre o sentimento e não sobre as coisas que ele constrói.
Sei lá.
Não sobre a forma que "vivemos" o dito cujo, mas sim como o colocamos em nossas vidas e, obviamente, em como ele se apresenta pra nós.

Depois disso tudo, concluí que o amor vive dele mesmo e um relacionamento não vive de amor. Relacionamentos terminam mesmo havendo amor pois o simples fato dele existir não supre a possível falta de cumplicidade e respeito, por exemplo. A falta de empatia.
Amor vive dele mesmo e relacionamentos não vivem de amor.
O amor é autossuficiente. Ele está pouco se fudendo pra você ou pro outro. Ele quer é saber de existir e de fazer questão de que você saiba que ele tá ali, assombrando, apertando, cutucando, mas também animando, alegrando. Te fazendo viver mais plenamente.
E não adianta ignorar.
Ele vai te causar angústia, dores pulmonares de tanta saudade, dor de cabeça devido aos tantos conflitos causados na sua mente.
Vai te socar no estômago. Vai te jogar nas chamas.

O amor não morre. Ele dorme por tempo indeterminado.
Podemos nos enganar quando falamos que algo era amor, mas o tira-teima vem quando, após um tempo X, encontramos a pessoa de novo. Se não sentir nada, é porque não era amor. Não era e nunca foi.
Ninguém é capaz de tal feito então pode parar de se vangloriar, migx.

Chegamos a pensar que, se o sentimento é nosso, por que caralhas não podemos escolher? Tipo:
"oi, ce quer me amar?"
"Aham"
"Ok, obrigado"
"De nada"

Só que também não daria certo. Seriam muitos conflitos de interesses, haha. Muitas pessoas querendo as mesmas pessoas.
Ou pior: você escolhe fulano, mas o fulano quer a beltrana.
Em um cálculo simples, a taxa de reciprocidade estaria zerada.

Ok, hoje não estamos vivendo as mil maravilhas, mas pelo menos existe a possibilidade de ser recíproco justamente pela ausência do livre arbítrio.
Hoje, essa taxa de reciprocidade é QUASE zero.

Menos mal.

Se arrumar direitinho, todo mundo ama.


...


O amor é foda, pai.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Cagando regra

Prepare-se, desde já, pra ler algo que ce não vai curtir:

Ceis não sabem o que é ideal em nenhum campo das suas vidas.
Ponto.
E eu vou te explicar o porquê.

Toda e qualquer preferência que o ser humano possui, deriva-se de alguma espécie de experiência anterior.
Boa ou ruim. Satisfatória ou não.
Ninguém deveria - leia com atenção: ninguém DEVERIA - expôr qualquer opinião ou ideia sem que tenha sequer uma base mínima sobre o tópico abordado.

Ok? Ok.

Tendo isto posto, pergunto: por que caralhas ceis insistem em meter o bedelho nos assuntos dos outros?
Por que, simplesmente, são incapazes de "deixar rolar"?

Se uma amiga tá saindo com um cara x, ce vai lá falar que esse tipo de cara não presta justamente porque tu já se envolveu com alguém que, na SUA concepção, assemelha-se ao fulano. Se for mulher, vai falar que é interesseira, que é puta.
Aí teu amigo arruma um emprego e tu vai lá ficar enchendo os pacová falando que o salário é baixo, que benefícios não devem te prender, que isso, que aquilo... Porra, ENFIA NO CU ESSA OPINIÃO, piá.
Eu hein.

Deixa a pessoa se fuder ou deixa ela ser feliz se for o caso. O que custa?

Ceis passam tempo demais colocando defeito em tudo, reclamando de tudo.
Ceis passam tempo demais sujando de futilidade vossos cérebros. Tempo demais desejando ter a vida de outras pessoas, idolatrando gente que tá pouco se fudendo pra existência de vocês e não percebem que, enquanto fazem isso, ficam cagando regra pra àqueles ao redor, dizendo que "a vida ideal é essa ou aquela" e que eles não são fodas porque não seguem esse padrão de merda que alguém ainda mais merda criou.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Se eu fosse você, também não gostaria de mim

Durante pouco tempo fui mimado e tive tudo o que queria, confesso. Pra ser mais sincero ainda, não me lembro tão bem dessa época. O que me marcou mais foi o nascimento da minha irmã, minha eterna rainha. Aquela a quem eu serei devoto pelo resto da minha vida e eu jurei proteger desde que ouvi seu choro pela primeira vez.
Lembro bem da infância em Diadema.
Amizades que viraram artigos policiais e amigos enjaulados. Alguns deles comiam do almoço que minha mãe fazia. E, mesmo sendo toda atenciosa para com eles, jamais me deixou frequentar os mesmo lugares.
Graças a Deus.
A negona tem um sexto sentido que é quase sétimo.

A sua véia também deve ter. Resta saber se tu a ouviu como eu a minha ouvi.

Como todo moleque, joguei meu futebol nas quadras perto de casa. Arrumei minhas tretas - tudo bem que elas eram praticamente diárias. Releve -, mas sempre resolvi na rua. Não levei dor de cabeça pros meus pais. Pelo menos não nesse sentido.
Confesso que eu era folgado e marrento mesmo com esse tamanho todo.

Na escola, era 50-50. Até a quinta série, eu não sabia o que era uma "nota vermelha". Lembro de ter me sentido um lixo quando mostrei minha prova baseada em um livro pra minha mãe. O expressão dela de decepção me fodeu.
Chorei duas noites seguidas e prometi que jamais a veria fazer esse rosto de novo.

Não fiz, parceiro. Acredite.

Nunca quis prestar empatia para com ninguém, mas os meus eram meus e eu cuidava até quando estavam além do alcance. Até mesmo quando uma amiga batia na porta de casa, de madruga, aos 16 de idade, chorando por uma desilusão amorosa.
Graças que a mantenho comigo até hoje.

Vi homens incríveis deixarem esse mundo. Homens esses que uso como exemplo até hoje seja na paternidade, no meu comportamento para com os amigos, as mulheres, meus pais, no trabalho.

Tive três pais: seu Arnaldo, seu Antônio e seu Marcos. Só um ainda vive.

Aos 13, enfiei na cabeça que queria aprender a falar inglês após um certo ser humano ter me dito que eu jamais seria capaz.
Aos 20, depois de muito filme assistido três vezes, muita música gringa, muitos livros e muitos chats online jogando FIFA com ingleses, aprendi. Fiz meu primeiro teste numa empresa que exigia a língua em conversação.
Passei, mas não quis o emprego. Eu queria só o teste.
Não precisei de professor. Precisei de vontade. E isso, ah meu mano, isso eu tenho de sobra.

Entrei em três faculdades, larguei duas. Terminei curso que não queria fazer. Perdi tempo que não podia perder, mas, todos os dias, tento recupera-lo.
Impossível?
Só se for pra você.

A maioria das minhas amizades eram femininas. Fui chamado de viado por dormir em casa de amiga e "não fazer nada", fui taxado de gay pelas roupas que usava, mas aprendi que é muito mais importante entender as mulheres do que tê-las.

Traí. Fui traído. Superei ambos.

Usei droga e não gostei. Hoje sou viciado em nicotina após várias e várias tentativas frustradas de parar.

Me apaixonei mais de uma vez. Quebrei a cara, chorei também. Senti a dor da perda de uns amores aí, mas sempre vem outro depois e a gente continua sendo trouxa e sorrindo por incidência dessa dor gostosa do caralho que é o amor.

Sempre gostei de ouvir, mas gosto mais ainda de falar. Por isso arrumei refúgio nos textos e escrevo num blog que quase ninguém lê.
Vai entender.

Talvez isso seja mais pra mim que pra você.

Sobre meninas, olhos marejados e cabelos coloridos

Depois de muitos anos vivendo nesse mundo pobre de cores reais e quentes, é normal que passemos a criá-las em nossas mentes para que, de forma ilusória, tudo fique mais fácil de suportar. Assim são elas, as moças das cores: seres humanos necessitados de algo mais além da rotina.

Não as culpo.

Posso ousar e dizer que, até certo ponto, as invejo.
Inveja dessa simplicidade. Dessa pureza.

Quanto tempo faz, me diz, que você torce para que tudo dê errado só para, no final, vangloriar-se por ter tido razão? Vangloriar-se de um momento tão curto e insignificante quanto uma hora extra naquele emprego que você odeia.
Você não pode apedrejar o inconsequente sendo que queria ser igual, mas não o é por puro medo.

Elas são assim. Seres sem ou com bem pouco medo.

Entenda o seguinte: a inconsequência faz parte de todos nós, assim como o vício. A diferença está em como você encara cada um deles.
Você pode mandar prender o viciado em crack porque ele é uma ameaça "à paz e a convivência em sociedade". Ou, sei la, porque ce tem medo dele te roubar, te matar devido ao vício. Podemos agir como acusadores e apontar o dedo.
Sei lá.
Só que também existe a possibilidade de abraçar e ver que existe um ser humano atrás daquilo. Que é uma válvula de escape, um refúgio, uma força. Uma forma de enxergar-se forte e acima dos problemas. A única força possível em um mundo onde seu nome e sua fisionomia são sinônimos de fraqueza.
Você pode ser aquele que acredita que, atrás de toda a máscara, existe alguém que quer se visto. Notado. Impulsionado.
Que precisa de um impulso e que também chora. Que também sente tristeza apesar do que se vê.

Você pode ser essa mão que as eleva.
Os sábios escolheriam sê-la.
Talvez, uma vez na vida, todos nós possamos ser sábios.
Não acha?

E, passado indeterminado período, em algum momento, passamos a achar que somos nós quem as fizemos. Que as criamos.
Que nós somos os responsáveis por suas influências, lágrimas, lições aprendidas, seguranças. Medos.

Ah, como somos tolos.

Suas influências estão em tanta coisa.
Sabe aquilo que dizem: diga-me com quem tu andas que te direi quem és? Então. Elas já ouviram. Colou por um tempo. Mas entenderam que terceiros não fazem segundo que, por sua vez, não fazem primeiros.
Seus livros, lugares, paisagens e reflexões estão muito além de um pensamento quadrado e antiquado. O velho tem lugar em seu novo, mas o intolerante não faz morada em sua paciência.

A melhor coisa que se pode fazer é viver e ter a sorte de encontrá-las por aí em um momento qualquer.
Seja sempre o mais próximo do real possível. De ilusão já basta a vida cinza que você levava antes das cores chegarem.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

#2

Conselho do amiguinho: não mantenha somente amizades "de rotina", tipo aquelas que ce só tem porque vê todo dia.
Lembra também dos seus(suas) parceiros(as) que ce não tromba há eras. Os assuntos serão longos, construtivos e, talvez, conclusivos, sabe?

#1

Conselho do amiguinho: deseje ser capaz de ajoelhar-se diante da pessoa que ce ama.
Faça isso, mas que seja para pedi-la em casamento; dar aquele presente daora; fazer aquela surpresa.
Não o faça para implorar que ela não vá, entende? Porque se ela ta indo, é pro bem dela. E se é pro bem, tu tem que respeitar, parceiro(a).
As pessoas não são brinquedos na prateleira e a vida não é a sua mãe. A vida não vai ceder à sua birra.
Não é seu, não é. E pronto.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Mono.

O que foi?
Parece que faz anos desde o dia que nós largamos tudo. Na verdade, que eles nos fizeram largar. Me lembro de você se trancar no banheiro por alguns minutos e sair como se nada tivesse acontecido. Como se estivesse com a mente vazia.
Você não precisa lidar com isso, sabe?
Eu nunca fiz você se sentir dessa maneira justamente porque eu me amo. Me amo o suficiente para ambos de nós e é por isso que você confia em mim.

Eu sei que você passou por muita merda, sério. Reconheço. Então me conte: o que é você? Do que você tem tanto medo? Porra... você me dá amor, mas não consegue receber...

Eu precisava, de verdade, ouvir tudo aquilo. Afinal, eu sempre odiei esse seu jeito passivo agressivo em nossas mensagens de texto. Precisei realmente ler toda aquela porra porque odeio quando você é submisso.
Sempre que isso acontece e eu passo a sentir a distância palpável, saio. Vou pra rua, ver minhas amigas.
É.
Tudo só é legal até eu notar o quanto elas viajam, às vezes. Vejo-as dando valor em demasia ao dinheiro de pessoas randômicas.
Gosto de dinheiro, sim. Mas gosto de dinheiro quando ele faz a diferença, mas não te faz diferente.
Ao vê-las tão fúteis, passei a perceber quantos lugares eu poderia ter ido. Minha mente voltou pros tempos nos quais ficávamos escondidas em casinhas de boneca feitas de papelão, segurando canetas, desenhando janelas, portas e com o estômago roncando, mas sorrindo. Quando as coisas eram mais profundas do que grana, álcool, sexo e rolê.
Caímos sob a influência de uma geração que já estava ali, esperando para nos esmagar.

Vocês todos não sabem mais o que é amor. Vocês nem sabem mais o que querem dele, na real.
Que qualidades estão buscando hoje que não prezavam ontem? O que esperam? O que querem?
Quem será melhor pra você do que ti mesma, moça?

Muitos caras que você achou que te completavam, que você achava que eram um pedaço de você, ainda vão se casar. E você vai começar a enxergar amores e casais onde não existem.

Me lembro daquelas conversas que tive no estacionamento daquele shopping idiota enquanto bebia algo alcoólico qualquer. Quando falamos das verdadeiras consequências que atitudes egoístas trazem.
Lembra?

Huh, espero estar perdoada quando você descobrir como venho vivendo. Posso dizer até que parece que você não quer mais nada disso, né.
E eu aqui. Tentando me abrir de uma maneira que fique mais difícil de ser ignorada... haha cômico.

Mas me diz aí: que qualidades você preza hoje que não prezava ontem?

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

É pra isso que eu vivo: para aqueles pra quem eu morreria.

Em algum lugar entre o psicótico e o icônico e também entre o "eu quero" e o "eu tenho".
Em algum lugar entre o "tô sóbrio" e o "tô viajando". Assim como entre o erro e o comprometimento pleno. Mas eu vou continuar de pé. Prometo quebrar todo mundo antes de me quebrar.
Todo mundo, hoje, espera. Digo até que tenho muito deles comigo.
Pessoas nas quais eu acreditei hoje nem mostram seus rostos. 


Não podem dizer nada agora, de qualquer forma.

Mas aí, o que mais poderiam me dizer? Qualquer um pode falar que "nada mais parece ser como antes".

O máximo que eu conseguir ficar longe do perfeito que todos que conheço rotulam, melhor.

Sei que fui egoísta e jovem. Não posso fazer nada quanto a isso.
Eu fiz muita mulher sentir que era só minha quando ninguém na verdade era.


Para de fingir, mano. Não aguento essa merda aí.

O que será que teriam a me dizer?
E aqueles que dizem ter mudado ainda me olham daquele jeito, tá ligado?
Mas eu vou continuar gostando de beber sozinho. Fumar sozinho. Planejar sozinho. 
E quando ceis dizem que eu não pertenço a algum lugar, na real, eu tô ocupado demais correndo atrás das minhas coisas.
E hoje nego diz que tem ódio. Que odeia. 
Não finja que não te conheço. Já vi através de você.
Minhas ações podem até te criar dúvidas mas é por eles todos que eu vivo. É por eles todos que eu saio de casa.
Eu sou eu. Verdadeiro.
Sim, Senhor.
É pra eles que eu vivo.

Enquanto muitos constroem pra depois destruir, eu só construo e construo e construo. 

É pra esses que eu vivo.