quarta-feira, 12 de julho de 2017

Visão

Eu vou te explicar a minha visão sobre o que ta acontecendo.

Já te passei ela antes mas, talvez, agora você escute já que não está nervoso ou algo assim.

Não é falta de amor.
Não é falta de cuidado, nem de sentimento.
Não é falta de nos importarmos um com o outro.
Não é falta de emocional, de maneira alguma. Ou carnal, se for relevante ressaltar.

É a vida que ta insustentável. A necessidade que se tem que antes não se tinha. Ou tinha, mas não era tão aflorada.
São as pessoas que a gente conhece, os diálogos que a gente tem, os conselhos que a gente ouve. Querendo ou não, de uma forma ou de outra, eles entram em nós. Eles nos fazem questionar se a nossa vida, do jeito que tá, REALMENTE está boa. REALMENTE estamos bem? E a resposta, há muito tempo, tem sido sempre "não".

Porque nada é suficiente. Incomoda demais essa vida parcial, essa metade. E isso faz com que coisas casuais sejam uma bomba atômica, como eu ir tomar uma cerveja com as meninas numa sexta - coisa que sempre ocorria -, por exemplo. Ou você sair com aquele seu amigo que eu nunca fui com a cara e que eu já havia lhe pedido milhões de vezes pra tomar cuidado.

Acontece que, pra mim, sempre foi saudável que tivéssemos tempo para amizades. Que saíssemos mais e que lembrássemos de que somos pessoas sensacionais que merecem divertir-se com outras pessoas sensacionais que apareceram e ficaram nas nossas vidas.
Eu nunca te pedi pra abdicar do seu futebol, da sua breja. Nunca te pedi pra ficar trancado em casa, no quarto, vendo Netflix. Muito pelo contrário. Esse discurso de agora é super antigo e VOCÊ SABE. Mas, mais uma vez, vem o que eu falei antes: a nebulosidade que se instalou na sua mente de que tudo é negativo distorce a mensagem e diz que eu tô pouco me fudendo se você comer outra.

Me diz, agora, com a mente limpa: quando eu disse isso?

Se for parar e pensar, sem aquela vibração da raiva que te domina e te transforma em outro ser humano, chegaremos à mesma conclusão: até quando você vai ficar estourando e me difamando num dia pra no outro parar, pensar e recomeçar tudo de novo num diálogo civilizado? Pra quê passar por isso sendo que poderíamos economizar tempo e falar sobre na hora?Sem gaps de comunicação.
Até quando vamos viver terminando, explodindo, falando merda e, depois, vendo as coisas direito? Trocando uma ideia?

Quanto tempo vai demorar pra essa cena acontecer mais uma vez? Sete dias?

Será que vamos bater o recorde de três brigas em sete dias e partir pra quatro? E quando chegarmos a sete brigas em sete dias?

É disso que eu tô falando.