terça-feira, 17 de setembro de 2019

Você mudou, e tá tudo bem.

Você já teve uma ou mais pessoas super próximas, queridas e amadas nas quais, ao olhar, teu cérebro te diz que não é uma boa ideia ter determinado assunto, falar sobre certas coisas, contar certos segredos, entrar em certos campos da sua vida?
Ou o contrário.
Já olhou pra alguém e viu todo e qualquer bloqueio que possuía desmoronar, um por um? Alguém próximo que, até um passado recente, ce sequer se imaginava proferindo certos tópicos da sua vida e, hoje, a consciência nem apita?

Acredito que ambos os casos só rolaram porque alguma coisa que te ligava ou afastava daquele ser humano, mudou.
Pode ter sido por influência do tempo. Aquela amizade que surgiu no seu primeiro emprego que já não faz mais sentido.
Pode ter sido porque as suas crenças e valores pessoais te tornaram alguém mais incisivo e zero tolerante com certos comportamentos e atitudes. Você não sabe mais esconder quando algo te desagrada e faz questão de que todos saibam disso.
Seu pensamento político-social tomou outro rumo por influência de tudo aquilo que viu.
Passou a fazer trabalho voluntário. Largou a faculdade ou foi fazer intercâmbio.
Parou de ou voltou a fumar e beber.
Aquele bar já não te transmite conforto ou desespero. Não tem mais ou passou a ter interesse em cinema, livros, fantasia, ficção, filosofia, psicologia e jogos de tabuleiro.
Terminou um rolo com cara de namoro. Iniciou um namoro com cara de casamento.

Você mudou, e tá tudo bem.

Tenha certeza de que tu também é essa pessoa pra outro alguém. Ce também é ambiguidade. Liberdade e bloqueio. Sempre será.
Aos olhos de quem te vê, ce é foda pra caralho, excelente companhia e aquela maravilhosa troca de experiências ao passo que, em outras vistas, tu és um muro que não será derrubado tão cedo.


Aceita e respeita.