quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Famigerados sete dias.

Se de fato existe algum deus, ce acha que ele estaria, agora, olhando aqui pra baixo, recostado em seu sofá? Você acha que, ao falharmos e clamarmos por ajuda, ele aumenta o som de seus fones no intuito de abafar as vozes?
Será que está orgulhoso?
Será que nós estamos orgulhosos?
Acho que esquecemos de como viver a vida sem filtros – e entenda filtros como quiser. Sejam eles referentes a critérios e ou aqueles do Instagram.
Acho que estamos tornando famosas pessoas nada fascinantes e muito fúteis. Estamos falando pras crianças que pessoas bonitas são melhores, que coisas como cor da pele, crença e religião realmente importam.

A gente tá fudido.

Será que ele pensa em se pendurar no lustre pelo pescoço devido à essa ganância gigantesca que possuímos e de como a tal mídia antissocial dissemina todo esse esgoto?
Sei lá.
Talvez isso tudo seja um teste. Talvez ele esteja entediado e puto por conta de todas suas perdas e estresse (como todos nós devíamos estar). E eu espero que, através dos ruídos e da tela estática, ele nos mostre algum tipo de clareza ou nitidez porque, porra, achar algum sentido nisso tudo é mais difícil que escrever Macaulay Culkin.

Será que ele reza por nós antes de dormir?
Enfim...

Senhor Universo, te pedimos pra que não desligue a sua TV e continue aí nos assistindo, prestando atenção nesse reality show que se tornou a bolha que nós mesmos criamos e estamos, dia a dia, chamando de “vida”.

Senhor “cara aí de cima”, poderia, por favor, me responder uma pergunta? Essa foi a terra que tu criaste com o maior cuidado, almejando perfeição e tal. Eis que chegamos nós e fizemos o favor de transformá-la nisso aí que ce tá vendo hoje.

Fala pra mim: isso aqui realmente fez com que aqueles sete dias valessem à pena?