sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sandra Regina.

Mãe, em primeiro lugar, eu quero dte agradecer por tudo o que tem feito por mim nessa vida. Por ter cuidado de mim, por ter me ensinado que a vida não é facil, por ter me mostrado o caminho certo a seguir.
Por ter me criado de forma exemplar e, me mostrado, que o mundo é muito maior do que eu achei que ele fosse.
Hoje, sou uma boa pessoa, tenho meus problemas, é claro. Muitos deles não te dizem respeito, mas a grande maioria têm muito a ver com o que vc me disse.
Me lembro de quando eu tirei a minha primeira e única nota vermekha na escola. Eu tava na quinta série. Lembro que era uma prova em que eu tinha de ler um livro lá... acabou que eu nem li e me fodi! PÁ! VERMELHA!
Nossa! Vc me deu mó bronca! AHAHAHAH falou um monte, me tirou o videogame e ainda por cima não me deixava mais ir na rua D:
Pra um menino 12, 13 anos isso é muito.
O que importa é que, mesmo com esse seu  gesto, aprendi que eu não posso ter sempre tudo o que eu quero e que, pra ter, tenho que lutar por isso. Fazer por merecer. Correr atrás.
Lembro também das minhas brigas na rua. Você dizia que se eu chegasse em casa chorando e reclamando que tinha apanhado, apanharia mais.
Dessa forma, eu aprendi que não era necessário ser valente. De forma alguma. Mas sim de que eu tenho que ver bem o que eu faço. Saber escolher inimigos também é uma virtude humana.
Me lembro da morte do vô Antonio... como foi difícil pra vc. Ele te tratava como uma filha né? Nós sabemos, eu, você, a Gab e o pai o quanto a gente se fodeu. O quanto a gente chorou com essa perda...
A primeira namorada... ai caralho! HAHAHAHAHA ciumenta como sempre né dona Sandra? HAHAHAHAHAHA
Depois eu vi que vc passou até a gostar dela. Quando ela foi embora, eu fiquei muito mal, você sabe. E você foi a pessoa que mais me deu apoio... que me deu um ombro no qual eu pudesse chorar o quanto eu quisesse.
Meu primeiro emprego foi recebido com muita festa! Ter um filho empregado pra vc sempre foi um grande orgulho e, sabendo disso, sempre me esforcei lá pra poder sempre fazer o que fosse possível pra te deixar feliz.
Foi assim na escola, no curso técnico, no trabalho e ta sendo na faculdade.
Eu sei que sempre pude e posso contar com você pra qualquer coisa. Disso eu não tenho duvidas... nunca tive.
Quando você descobriu que eu fumava, eu senti a decepção em vc. Eu sei que vc não queria isso. Eu sei.
Sei que vc sempre disse que nunca quis que a gente fumasse, que aquilo era ruim, que aquilo fazia mal e tal... pô, sobre isso eu te peço desculpas.
Sei que hoje vc aceita e até rimos quando falamos sobre isso hoje em dia.
A minha relaçaão com vc é a melhor coisa que eu tenho na vida, mãe. A mulher da minha vida... o ser humano que eu mais amo em todo o mundo.


Em segunda instância, te peço desculpas.

Desculpa por ser ignorante e
intolerante muitas vezes. Por, mesmo que pequenas, te esconder as
coisas. Por mentir quando não deveria. Por ter dito o que não devia.
Pela minha ausência, faltas, palavras duras e sem sentido. Pela falta de
sentimentalismo. Pelos erros em geral. Pelo egoísmo.
Desculpa por ter faltado com respeito. Por ter te enfrentado e até mesmo por ter levantado a voz.
Me desculpa por ser, mesmo que as vezes, motivo de suas lágrimas.
Do fundo da minha alma e coração, eu te peço perdão.

Mãe, eu te amo.
Mais que qualquer coisa no mundo. Acima de todos os anjos e santos. Acima dos seres divinos.
Afinal, se vc não existisse, eu não estaria aqui. Não seria quem sou, não seria nem feliz.


(ouvindo the GazettE - Katherine In The Trunk)

Orgulho.

Meu maior defeito.
Por muitas vezes deixei de fazer, agir e falar por conta desse maldito sentimento. Se é que pode ser chamado de sentimento. Pra mim, é mais parecido com um estorvo.
Pronto. Estorvo.
Sabe, eu me canso tão rápido de mim mesmo. Tem dias que não consigo olhar pra minha própria cara através de um espelho... menos ainda quando penso em alguma atitude minha que foi movida por ele.
Assim como deixei de fazer também já fiz muito em função de. Entende? Você simplesmente não se permitir à algo? Então, é isso aí.
Mas como atrapalha... puta que pariu.
Há uns dias atrás eu decidi mudar, pra melhor. Claro.
Ninguém admite que mudará pra pior. Der



(ouvindo Mudvayne - Pharmaecopia)

Liberdade.

Eu já conheci milhares de tipos de liberdade e, consequentemente, várias interpretações e aplicações pra palavra.
Pra alguns, liberdade é poder andar na rua todo tatuado e cheio de piercings sem que ninguém te olhe torto ou te trate diferente. Algo que não gere pré-julgamentos.
Outros acreditam que liberdade se traduz em poder trazer uma pessoa do mesmo sexo pra dentro de casa e não ser repreendido ou sequer deserdado da família. Que ocorra a tão esperada aceitação, sem perguntas ou desconfianças.
Há quem diga que liberdade é poder ficar fora de casa até tarde e, até mesmo, só voltar de manhã.

Pra mim, liberdade, na vida, é ter um amor pra se prender.



(ouvindo The Devil Wears Prada - Gimme Half)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Fogo.

O meu amor tem um jeito manso que é só seu. E que te deixa louca quando te beija a boca. A sua pele toda fica arrepiada e te beijo com calma e fundo até sua alma se sentir beijada.
Que rouba os teus sentidos, viola os teus ouvidos com tantos segredos lindos e indecentes. Depois brinca contigo, rio do seu umbigo e lhe cravo os dentes.
Que te deixa maluca, quando lhe roça a nuca e quase te machuco com a barba mal feita.
E de pousar as coxas entre as minhas coxas quando você se deita.
De me fazer rodeios, de te beijar os seios, te beijar o ventre e lhe deixar em brasa.
Desfruto do seu corpo como se o meu corpo fosse a sua casa.
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz



(ouvindo Chico Buarque - João e Maria)

Desistir.

Ah, se eu aguento ouvir outro não, quem sabe um talvez ou um sim. Eu mereço enfim. É que eu já sei de cor qual o quê dos quais e poréns, dos afins, pense bem ou não pense assim.
Eu zanguei numa cisma, eu sei. Tanta birra é pirraça e só. Que essa teima era eu não vi e hesitei, fiz o pior, do amor amuleto que eu fiz deixei por aí. Descuidei dele, quase larguei, quis deixar cair.
Mas não deixei.
Peguei no ar. E hoje eu sei sem você sou pá furada.
Não me deixe aqui. O sereno dói, eu sei, me perdi, mas... Ei! Só me acho em ti.
Que desfeita, intriga, um capricho essa rixa... e mal
Do imbróglio que quiproquó, e disso, bem, fez-se esse nó.
E desse engodo eu vi luzir, de longe, o teu farol... minha ilha perdida é aí.
O meu pôr do sol.


(ouvindo Los Hermanos - Paquetá)

Sem sentido.

O que faz sentido pra você?
O que significa sentido em si? Eu não sei.
Dizer o que sente ou o que pensa já deixou de ser suficiente, faz tempo. As contradições nas quais você mesmo se coloca são terríveis, dolorosas e ridículas. As pessoas à sua volta pagam por elas quando você as faz e você também acaba pagando quando tudo cai sobre você. Acredite, de um jeito ou de outro, vai cair. Sua construção vai ruir e toda a besteira que você fez vai te julgar... pelo resto da vida.
Mas saiba que o futuro pertence a você. Seu destino, é você quem dita.
Logo, o sentido só aparece quando você mesmo quer que ele apareça, quando você mesmo o chama.

Então eu repito: o que faz sentido pra você?



(ouvindo Panic! At The Disco - I Write Sins Not Tragedies)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Tudo por água a baixo.

Tarde de Domingo.
Na sala com meus pais e minha irmã, aos risos após uma piada boba que meu pai soltou devido a influência de algumas doses a mais na mente. Engraçado.
Meu celular que esta em cima da mesa começa a tocar e, consequentemente, todos olham. Menos eu.
Já sabia do que e de quem se tratava.
Preferi não atender, afinal, as mensagens anteriores não me proporcionaram nenhuma espécie de conforto, muito pelo contrário. Machucaram, é claro, mas eu sei que eram (e talvez ainda sejam) palavras necessárias. Algo que estava sendo guardado a bastante tempo.
Ele toca de novo, me chamando. Dessa vez é restrito. Pô, é claro que eu sei quem é. As circunstâncias não me levam a ter outra conclusão.
Atendo.
As palavras da pessoa do outro lado da linha saíram fortes, determinadas, pesadas e duras. Cheias de espinhos. Juro. Não esperava nada diferente...
Mas, confesso, algumas coisas foram difíceis de escutar.
'Quero que você morra'. 'Que você seja muito infeliz'. 'Te desejo toda a infelicidade do mundo e que essa mágoa morra junto com você'.

Sabe, eu nunca desejei o mal a ninguém. Mas é como eu disse antes, eu entendo.
Se foi realmente necessário que aquilo tudo fosse dito, tudo bem. Se eu realmente transformei todo o seu sentimento em mágoas, ódio, raiva, desprezo, pena... eu entendo, é sério.

Mas eu gostaria que soubesse que, mesmo escutando essas coisas, eu ainda te desejo toda a felicidade do mundo.
Que seja feliz e que as pessoas que te cercam também sejam. Afinal, são maravilhosas pessoas.
Do fundo da minha alma e coração, que sejas muito feliz, que tenha tudo o que quer e que acima de tudo, o Criador lhe proporcione saúde e se, por acaso, aparecer alguém a quem você possa dedicar o seu amor, que ame esse alguém mais que a mim. E que ele te ame assim como eu te amei.
Não, não. Que ele te ame. Acho que a frase terminando assim basta.
Afinal, pra você, meu amor não existiu.



(ouvindo Ayabie - Glitter Toroupen)