quinta-feira, 12 de maio de 2016

Todos somos feitos de pó de estrelas.

Ela fala sobre as estrelas e as compara às luzes da cidade noturna. Talvez, creio, seja por isso que, para ela, as ruas à noite são tão apaixonantes, sedutoras.
Luzes dos postes, faróis, semáforos. Dos bares. Todas essas são as suas estrelas particulares que, juntas, formam seu céu. Sua constelação.
Se reparar, brilhos faíscam em seus olhos sempre que fala de um alguém com o qual tenha se impressionado. De um alguém que a tenha marcado. Um professor, um amigo ou, sei lá, um familiar. As pessoas importantes também são brilhos eternos em sua mente cheia de lembranças. Mente essa, meu caro, que é nítida, clara, interessantíssima e, por mais que ela não queira, transparente.
Ah, se é.
Não é preciso ser um gênio, cartomante ou telepata para saber disso.
Seja uma boa companhia, mas não se esforce para tal: por mais esperto que você pareça ser, o mínimo movimento te entrega.
Pois é.
Nunca estamos protegidos de pessoas como ela. Transparentes, verdadeiras e íntegras. Afinal, assim como elas o são, também possuem a capacidade de fazer com que o resto do mundo seja aos seus olhos.
As pessoas e suas reações; o universo e sua infinidade; a noite e suas paixões; a mesa de bar e seus diálogos. Todos são como páginas de livros para ela. Todos esperam ansiosamente por aqueles que tenham a capacidade de lê-los, conhecê-los e, quem sabe, torná-los razão de emoção. Razão de boas memórias e, claro, aprendizado.
Ô, moça! A vida pra você é uma eterna universidade onde os tópicos mais importantes de fato são razão de sono e tédio para aqueles sem visão. Você que é tão lúcida, segura e sonhadora. Enxerga tudo isso com o mais puro fascínio estampado no rosto.
Sortudos são todos aqueles capazes de enxergar o universo presente nos seus olhos e tornar parte de si próprios. Entrar de cabeça numa espécie de viagem sem volta que é conhecê-la.
Conhece a pequenez do ser humano. É ciente do quão ínfimos, pequenos e insignificantes somos se comparados à imensidão infinita que nos cerca e, justamente por acreditar nisso com todas as suas forças, não teme o novo.
A mudança é seu playground. É o quintal de sua casa que faz visita todos os dias só para manter a certeza de que ele ainda está lá. Cultivado, firme, sólido, vivo e amplo o suficiente para comportar todos os seus sonhos.
"Todos somos feitos de pó de estrelas".
Verdade.
E, dessa vez, a culpa não é delas.

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