quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Moça.

Pessoas que sofrem de intensidade natural deveriam nascer com linhas invisíveis que as interligassem meio que de forma inevitável. Dessa forma, poderiam, o mais rápido possível, encontrarem-se e compartilharem de suas intensidades tão marcantes e presentes em suas respectivas personalidades. Falar de seus gostos, seus cheiros, seus sons, seus toques e arrepios.
Você que tanto aprecia lugares novos, pessoas novas, experiências novas. Companhias que valem a pena.
Você que é adepta ao novo, mas também amante à moda antiga. Que aprecia construções históricas e obras de arte, mas também não dispensa as facilidades tecnológicas que o tempo fez possível.
Você que tem inteligência ímpar e capacidade inquestionável de cativar à todos com quem se relaciona, mesmo considerando-se um porre por ser toda apaixonada e ciumenta até com os amigos. Apreciadora dos bons livros e das palavras bem ditas, mas que não se engana. Você que viu, sentiu e ouviu tanta gente. Que sabe o que é certo e o que é errado. Que consegue ser linda com ou sem maquiagem.
Então por quê submeter-se ao que te limita, moça?
Fecha a porta pra o que passou e abre a janela para o que está por vir. Afinal, a vida não é assim? Ela fecha as portas justamente para que criemos a ousadia de abrir janelas e, claro, atravessá-las! Que você seja capaz de ver o que não via, de gostar do que não gostava, de deixar-se ser apreciada como merece.
O mundo lá fora tem tanta gente querendo conhecer-te, moça.
Tanto ser humano precisando do seu sorriso matinal; tanto ser humano querendo ser o privilegiado a tirar os pesos da sua alma, do seu coração. Dos seus ombros.
Permita-se tomar mais de uma cerveja; de passar da conta uma vez. Permita-se chegar de manhã e dormir até tarde.
Permita-se ter suas vontades atendidas, seja de qual âmbito forem sem ser necessário pedido formal, por escrito.
Fale mais. Digite menos.
Abrace mais. Use menos emojis.
Saia mais. Durma menos.
Use mais vestidos com tênis. Chore menos.
Nenhum homem é digno de borrar a sua maquiagem. E se for pra borrar, que seja a dos lábios por conta de pegadas intermináveis que te tirem do chão.

Moça, ce tem o poder desde sempre. Só você achou que um dia ele foi tirado de você.
E se achou, achou errado.