sábado, 20 de fevereiro de 2021

Num contexto geral, sepá discordei da Marília Mendonça.

Sempre que ouço falar de algo como "ter superado alguém", me pego pensando nessa frase. É como se geral lançasse um "tá vendo? Superei. Não tô mais mal e agora tô melhor que beltranx muahaha"

Mas gente, calma lá. Desde quando relacionamento - mesmo que terminado - é (ou foi) competição?

Porra, superar tu superas teu adversário num octógono de MMA. Numa entrevista de emprego - porque, querendo ou não, mundo corporativo é sanguinário tipo guerra - onde tu pega a vaga e o outro não.  Ao vencer, no 11 contra 11, numa partida de futebol ou quando se dribla o goleiro. Quando você corre mais e chega em primeiro.

Te garanto que Serena Williams não se tornou a número 1 do mundo por conta de término de relacionamento. O nome disso é treino.

É outra parada.


Amor não é isso aí, não.


Tenho pra mim, que quando um relacionamento acaba, ele te dá duas réguas: Primeira: tudo aquilo que foi bom, você ama e não se permitirá viver nada inferior ou em menor intensidade; e segunda: tudo aquilo que você jamais quer reviver e passa a não mais aceitar nem morta.

Junto a um novo alguém, você se conhecerá melhor. Saberá o que te faz mal e como você fica sob milhares de circunstâncias. Momentos que você não quer sequer se imaginar passando por. Não de novo. 

Por outro lado, tu te pega sorrindo quando lembra do dia A ou B e que como seria legal estar em determinado lugar com alguém que, nos dias C ou D, não te fez chorar duas horas antes ou o fará uma hora depois.

Né não?


Agora, me fala aí. Onde, o quê ou quem você tá superando?

Não tá superando nada, caralho.

Ce tá tornando uma experiência de vida NECESSÁRIA em meio que uma vacina pra, quando outro corpo alheio chegar, estar preparada pra lidar com possíveis sintomas e já ter desenhado o esboço de reflexo pra qualquer merda que vier a acontecer, entende? É como se você não precisasse mais esperar o calafrio pra tomar o antigripal. 

Ce aprendeu a se cuidar antes mesmo do calafrio chegar e não o teria feito sem aquilo que ce diz superar.


Amor não é jogo, minha camaradagem. Jogo é simples, tem regras e ce pode treinar pra ser melhor porque essas mesmas nunca vão mudar.

Ser humano é complexo, imenso, volátil e único.


Tem nada a ver o cu com as calça.